Do Fogão a Lenha para o Coração: A História da Feijoada da Casa da Doce Bruxinha
- Denise Andreatta Zimmermann

- 19 de ago.
- 4 min de leitura
"A verdadeira magia da cozinha não está apenas nos ingredientes, mas nas histórias que eles carregam e nas memórias que criam quando compartilhados."
🔥 Aprendendo com o Fogo e o Tempo
Muitos nascem com o dom da cozinha, outros o descobrem ao longo da vida. Eu, Denise, pertenço ao segundo grupo. Antes de me casar, minha relação com a cozinha era distante – não sabia fazer quase nada. Foi apenas depois, quando tinha meu próprio lar, que a chama da paixão pela culinária começou a acender.
Entre todas as primeiras tentativas culinárias, foi o feijão que capturou meu coração. Como toda história de amor, começamos com tropeços: feijões crocantes demais, a pressa em servir não permitia o tempo necessário de cocção. Mas foi justamente nessas imperfeições que encontrei minha primeira grande lição gastronômica: algumas coisas na vida, assim como na cozinha, não podem ser apressadas.
"Aprendi que feijão bom era feito em fogo lento e por muito tempo" – esta descoberta mudou não apenas minha forma de cozinhar, mas também minha filosofia de vida. Quando nos mudamos para nossa nova casa, tinha um pedido especial em mente: um fogão a lenha no centro da cozinha. Não era apenas um eletrodoméstico, mas um altar onde a paciência seria celebrada e os sabores, transformados.
🌿 O Ritual do Fogo e do Feijão
Nas manhãs em que decidia preparar feijão, um ritual se formava. Acordava cedo e pedia ao Nando para acender o fogão a lenha. Havia uma sequência quase sagrada: primeiro, o feijão com louro, sal e água – a base de tudo. Depois, as carnes entravam na dança, cada uma no seu tempo, contribuindo com seu sabor único. Por fim, as linguiças completavam a sinfonia de aromas que preenchia a casa.
Com o tempo, descobri meu próprio segredo para o tempero perfeito: generosas quantidades de cebolas, alho e um toque especial de pimentas. Não era apenas uma receita – era uma expressão de carinho que se desenvolvia lentamente, absorvendo o calor da lenha e a dedicação das mãos que a preparavam.
👨👩👧👦 Mais que Comida, Comunhão
O que começou como uma simples refeição familiar logo se transformou em um ponto de encontro. Sempre fazia em quantidade generosa, como se soubesse que, atraídos pelo aroma que escapava pelas janelas, amigos apareceriam para compartilhar aquele momento.
E apareciam. Formávamos uma roda ao redor do fogão a lenha – o coração pulsante da casa – enquanto o feijão borbulhava lentamente com suas carnes e temperos. As conversas fluíam, as risadas ecoavam, e o tempo parecia desacelerar, respeitando o ritmo do cozimento. Esses momentos me ensinaram que a verdadeira magia da comida está em sua capacidade de reunir pessoas e criar memórias.
"Lembro com alegria dos amigos que vinham e em roda do fogão ficávamos por um bom tempo conversando e rindo" – essas lembranças são tão nutritivas quanto o próprio prato que preparávamos juntos.
🍽️ Da Mesa de Casa para o Bistrô
Quando decidimos começar com almoço no Bistrô da Casa da Doce Bruxinha, não tive dúvidas sobre qual seria o primeiro preparo a ser compartilhado com nossos clientes: a feijoada que havia conquistado tantos corações em nossa casa agora ganharia o mundo, isto foi em maio de 2022.
Foi uma decisão que vinha do coração, um desejo de estender aquela roda ao redor do fogão para incluir mais pessoas, mais histórias, mais momentos compartilhados. A feijoada não era apenas um prato em nosso cardápio – era uma declaração de princípios, uma celebração do tempo lento, do fogo vivo e da comida que alimenta mais que o corpo.
🔄 Tradição que se Renova
O que começou como uma experiência culinária em casa transformou-se em uma tradição anual na Casa da Doce Bruxinha. A cada ano, nossa feijoada reúne pessoas que buscam mais que uma refeição – buscam uma experiência, uma conexão com o tempo mais lento e com o prazer de saborear algo preparado com dedicação.
Com minha crescente paixão pela charcutaria, pela brasa e pelo fogo, a feijoada ganhou novos contornos. Muitas das carnes agora são preparadas por mim, com técnicas especiais que dão aquele toque único ao preparo. É uma evolução natural, um diálogo entre tradição e inovação que mantém a essência, mas permite que o prato continue a surpreender.
🌱 O Que Aprendi com a Feijoada
Minha jornada com a feijoada me ensinou lições que vão muito além da cozinha:
•Paciência: Algumas coisas não podem ser apressadas; o tempo é um ingrediente essencial.
•Comunhão: A comida tem o poder de reunir pessoas e criar momentos inesquecíveis.
•Evolução: Mesmo as tradições mais queridas podem crescer e se transformar sem perder sua essência.
•Autenticidade: Os melhores pratos são aqueles que contam uma história verdadeira.
Quando você saboreia a feijoada da Casa da Doce Bruxinha, está provando mais que um prato tradicional brasileiro – está experimentando um pedaço da minha história, das risadas ao redor do fogão a lenha, das descobertas culinárias e do amor que encontrei na arte de cozinhar lentamente.
🍲 Um Convite à Mesa
Nossa feijoada é servida com todo o carinho e tradição em eventos especiais ao longo do ano. É uma oportunidade de fazer parte dessa história que começou com feijões crocantes e evoluiu para um dos pratos mais queridos de nossa casa.
Acompanhe nossas redes sociais para saber quando será o próximo evento de feijoada e venha experimentar esse pedaço de história que se renova a cada preparo, mantendo viva a chama do fogão a lenha que mudou minha relação com a cozinha e com o tempo.
Você tem alguma memória especial relacionada à feijoada ou algum prato que marcou sua história? Compartilhe conosco nos comentários – adoramos ouvir as histórias que a comida conta na vida de cada um.
Denise A Zimmermann
Casa da Doce Bruxinha
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